segunda-feira, 29 de julho de 2013

Aprender ou Desaprender: o que é mais difícil?


Aprender ou Desaprender: o que é mais difícil?
(Artigo organizado por Marcos Antônio Colins, professor de Matemática da Rede Estadual de Ensino do Maranhão)

Mudar é complicado. Abandonar conceitos arraigados mais complicado ainda. Desaprender é difícil, mas pode ser necessário.
Você já ouviu falar em Jean Faber? – célebre naturalista francês, ele pesquisava o comportamento da lagarta “processionária”.
“Esses bichinhos têm um comportamento curioso. Geralmente caminham formando uma longa coluna, com olhos semicerrados e a cabeça de cada uma pegada à traseira da companheira que a precede. Parecem automóveis em um engarrafamento de trânsito; o parachoque de um quase ligado ao parachoque do carro da frente. O que sucederia – se perguntou Faber – se eu colocasse a primeira processionária de tal modo que ficasse unida à última da coluna?
Sem grandes problemas, conseguiu com que várias lagartas caminhassem em círculo, sobre a borda de um vaso. Caminharam e caminharam durante sete dias e sete noites. Parecia que não podiam romper a cadeia...
Morreram de cansaço e de fraqueza devido à falta de alimento. O mais interessante é que, dentro do vaso, a uma distância menor que o comprimento de uma lagarta, havia grande quantidade de alimento, que seria verdadeiro banquete, se qualquer uma das lagartas tivesse se animado a romper a cadeia. Mas, nenhuma o fez...”
Como as lagartas, nós também nos apegamos a tradições, ao hábito, à preguiça e nos fechamos para a inovação. Inibimos nossa capacidade de criar, de ver o novo que pode estar perto, e que se fosse visto, e entendido, provocaria nosso crescimento. Por que insistir na inflexibilidade, na rigidez, na repetição? Medo do desconhecido?
É provável que o temor venha do fato de não conhecermos bem nossa potencialidade, nosso mecanismo de adaptação e de crescimento.
Às vezes não conseguimos identificar estas possibilidades, outras vezes, nos esforçamos para não vê-las, como as lagartas que não perceberam o alimento tão perto.
Percebê-las, aproveitá-las, pode ser um esforço que exige abandonar posições seguras. Abandonando velhos costumes, modificamos nosso trabalho, procurando sempre o melhor. Vamos pensar nisto?
A tarefa não é fácil nem cômoda: requer novos papéis, disposição de enfrentar a análise do nosso trabalho e do nosso comportamento que levará à identificação das mudanças necessárias.

Vamos desaprender?

[Contato: macolins@gmail.com]

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