Aprender
ou Desaprender: o que
é mais difícil?
(Artigo
organizado por Marcos Antônio Colins, professor de Matemática da
Rede Estadual de Ensino do Maranhão)
Mudar é
complicado. Abandonar conceitos arraigados mais complicado ainda.
Desaprender é difícil, mas pode ser necessário.
Você já ouviu
falar em Jean Faber? – célebre naturalista francês, ele
pesquisava o comportamento da lagarta “processionária”.
“Esses
bichinhos têm um comportamento curioso. Geralmente caminham formando
uma longa coluna, com olhos semicerrados e a cabeça de cada uma
pegada à traseira da companheira que a precede. Parecem automóveis
em um engarrafamento de trânsito; o parachoque de um quase ligado ao
parachoque do carro da frente. O que sucederia – se perguntou Faber
– se eu colocasse a primeira processionária de tal modo que
ficasse unida à última da coluna?
Sem grandes
problemas, conseguiu com que várias lagartas caminhassem em círculo,
sobre a borda de um vaso. Caminharam e caminharam durante sete dias e
sete noites. Parecia que não podiam romper a cadeia...
Morreram de
cansaço e de fraqueza devido à falta de alimento. O mais
interessante é que, dentro do vaso, a uma distância menor que o
comprimento de uma lagarta, havia grande quantidade de alimento, que
seria verdadeiro banquete, se qualquer uma das lagartas tivesse se
animado a romper a cadeia. Mas, nenhuma o fez...”
Como as lagartas,
nós também nos apegamos a tradições, ao hábito, à preguiça e
nos fechamos para a inovação. Inibimos nossa capacidade de criar,
de ver o novo que pode estar perto, e que se fosse visto, e
entendido, provocaria nosso crescimento. Por que insistir na
inflexibilidade, na rigidez, na repetição? Medo do desconhecido?
É provável que
o temor venha do fato de não conhecermos bem nossa potencialidade,
nosso mecanismo de adaptação e de crescimento.
Às vezes não
conseguimos identificar estas possibilidades, outras vezes, nos
esforçamos para não vê-las, como as lagartas que não perceberam o
alimento tão perto.
Percebê-las,
aproveitá-las, pode ser um esforço que exige abandonar posições
seguras. Abandonando velhos costumes, modificamos nosso trabalho,
procurando sempre o melhor. Vamos pensar nisto?
A tarefa não é
fácil nem cômoda: requer novos papéis, disposição de enfrentar a
análise do nosso trabalho e do nosso comportamento que levará à
identificação das mudanças necessárias.
Vamos
desaprender?
[Contato:
macolins@gmail.com]
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