Ser
professor é gratificante
(Artigo
organizado por Marcos Antônio Colins, professor de Matemática da
Rede Estadual de Ensino do Maranhão)
Uma
palavra precisa ser dita sobre a importância do ensino da
Matemática, como nobre e valiosa atividade do matemático. Usamos
aqui a palavra “matemático” num sentido amplo, que engloba tanto
o pesquisador de áreas específicas, como o “scholar”, o
estudioso e amante da Matemática, o “professor”. Aliás, poucos
são os matemáticos pesquisadores que não se consideram
professores.
Recentemente
li uma entrevista com John H. Conway, eminente matemático inglês
radicado nos Estados Unidos, na qual ele fala de seu gosto e
dedicação ao ensino: “eu me considero mais um professor do que um
matemático [pesquisador]”, diz ele; e acrescenta: “costumo
dedicar boa parte do meu tempo pensando sobre como ensinar”.
O
eminente físico e Prêmio Nobel Richard Feynman não podia
prescindir do ensino. Ele conta que, como pesquisador, passava
períodos sem que novas ideias lhe ocorressem para resolver as
questões que pesquisava. Ora, quando o trabalho em que o pesquisador
está empenhado não avança, isto passa a ser uma fonte de
frustrações para ele. “Se estamos lecionando”, diz Feynman,
“pelo menos podemos dizer: estou lecionando, estou fazendo algo
importante”. Vale lembrar que foi Feynman que reformulou o ensino
de Física no Caltech (Califórnia Institute of Technology),
assumindo turmas de primeiro ano e produzindo um texto que ficou
famoso, o conhecido “Feynman Lectures”.
Cultivar
a boa leitura
Para
ser bom professor, certamente a primeira coisa é saber bem a matéria
que vai ensinar. O professor não pode, pois, limitar-se ao
livro-texto que utiliza, ou às poucas referências similares que
recomenda a seus alunos. Ele deve esmerar-se num permanente
aprimoramento de seus conhecimentos, através de boa leitura, seja de
textos (livros), seja de artigos em periódicos. Este tipo de
atividade não deve ser uma imposição desagradável, antes uma
atividade prazerosa.
O bom
professor é aquele que vibra com a matéria que ensina, conhece
muito bem o assunto e tem um desejo autêntico de transmitir esse
conhecimento, portanto se interessa pelas dificuldades de seus alunos
e procura colocar-se no lugar deles, entender seus problemas e ajudar
a resolvê-los. Não há fórmulas mágicas para ensinar Matemática.
Não há caminhos reais, como Euclides já dizia a Ptolomeu. A única
saída é o esforço honesto e o trabalho persistente. Não só para
aprender (ensinar) Matemática, mas para tudo na vida.
Quão
inspiradoras são essas palavras...!!!
[Contato:
macolins@gmail.com]
Nenhum comentário:
Postar um comentário