Segredos
dos bons estudantes
(Artigo
organizado por Marcos Antônio Colins, professor de Matemática da
Rede Estadual de Ensino do Maranhão)
Trabalho árduo
não é a chave de tudo. Não interessa o tempo que se está diante
do livro aberto. O que interessa é o que fazemos enquanto estamos
ali sentados. De fato, alguns bons estudantes até acabam por passar
menos horas estudando do que os seus colegas que tiram notas mais
baixas. Os melhores da turma chegam a essas posições dominando
algumas técnicas básicas que os outros podem aprender facilmente.
Nem sempre eles são os mais inteligentes, mas são os que se saem
melhor. Veja como.
1. Estabeleça
prioridades. Os
melhores alunos não consentem intrusões durante o tempo de estudo.
Uma vez abertos os livros ou ligado o computador, deixam de atender
telefonemas, não veem programas de televisão etc. O estudo é
levado a sério; o dever passa a frente do prazer.
2. Estude onde
quer que seja. (Local
e tempo para estudo estão sujeitos às preferências pessoais de
cada um.) Alguns alunos estudam até tarde da noite, quando a casa
está sossegada. Outros acordam cedo. Outros, ainda, estudam assim
que chegam em casa, vindos da escola, quando ainda estão com a
matéria “fresca” na cabeça. Contudo, todos estão de acordo com
a necessidade de persistir. Não importa o que você faça (ou esteja
fazendo), reserve sempre uma parte do dia para estudar.
3. Organize-se.
Muitos
alunos têm tanto que fazer que não podem perder tempo à procura de
um lápis ou de um papel desaparecidos. Tenha tudo no lugar, de
maneira a encontrá-lo facilmente. Organize os deveres do próprio
dia e também os deveres já prontos, de forma a tê-los sempre à
mão para revisões na hora dos exames (ou avaliações).
Mesmo os
estudantes que não têm um local de estudos só para si não podem
deixar de lado a organização. Uma mochila ou uma gaveta servem para
manter no mesmo lugar os materiais essenciais e evitar perder tempo à
procura das coisas.
4. Aprenda a
ler. O
segredo de uma boa leitura é ser um leitor ativo, um leitor que está
sempre propondo questões que conduzam a uma compreensão global da
mensagem do autor.
5. Programe o
seu tempo. Quando
um professor passar um trabalho (ou conteúdo) extenso para fazer (ou
estudar), divida essa tarefa (ou projeto) em porções pequenas, de
forma a não parecer excessivo. (É como comer um bife: mastiga-se um
pedaço de cada vez.)
Claro,
até os melhores estudantes deixam, às vezes, seus deveres para mais
tarde. Mas quando isso acontece, eles encaram a coisa. Lembre-se:
se
você quiser uma nota alta, você tem de garantir tudo feito dentro
do prazo.
6. Anote tudo
direitinho e aproveite. É
importante ler o livro-texto, mas o professor espera que o aluno
atente para os aspectos que ele (o professor) valorizou (ou explorou)
mais. É disso que devem constar seus apontamentos. Os melhores
alunos também tomam notas enquanto estudam a matéria indicada pelo
professor.
7. Passe tudo a
limpo. Os
deveres bem apresentados têm mais possibilidade de obter uma nota
maior do que os desleixados. O aluno que entrega uma prova (ou
trabalho) limpa, está se candidatando a uma boa nota. (É como
quando nos servem um hamburger: mesmo que ele seja uma maravilha, não
acreditamos que vá nos fazer bem se for apresentado num prato sujo.)
8.
Manifeste-se. Se
não entender algo que o(a) professor(a) estiver explicando, peça
para repetir. No entanto, a participação na aula é mais do que
simplesmente fazer perguntas. É uma questão de manifestar
curiosidade intelectual.
Numa aula sobre
capitalismo e socialismo, por exemplo, um aluno pode perguntar ao
professor “como é que a economia chinesa podia ser ao mesmo tempo
socialista e orientada para o mercado, sem incorrer em alguns dos
problemas que afetaram a ex-União Soviética?” Não queira decorar
informações só para os testes (ou avaliações). Melhores notas
são resultado de uma melhor compreensão.
9. Estude em
grupo. O
valor do estudo em conjunto foi demonstrado por uma experiência
realizada na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Foi observada
uma turma de calouros de Cálculo em que os ásio-americanos
conseguiram, em média, melhores resultados do que estudantes de
outras minorias com antecedentes acadêmicos semelhantes.
Descobriu-se que eles discutiam em conjunto os problemas dos
trabalhos de casa, tentavam abordagens diferentes e explicavam suas
soluções uns aos outros.
Em contrapartida,
os restantes alunos estudavam sozinhos, passavam a maior parte do
tempo lendo e relendo o texto e tentavam sempre o mesmo enfoque,
mesmo que não desse resultado. Com base nisso foi sugerido aos
professores que adotassem métodos de estudo em grupo no curso.
Quando isso se fez, os grupos passaram a se comportar bem por igual.
10. Ponha-se à
prova. Enquanto
toma notas, sublinhe aspectos que possam ser abordados durante os
exames (ou avaliações). Mais tarde esquematize hipóteses de
perguntas de testes baseadas nesses pontos e faça a si próprio um
exame escrito antes do dia do teste. Se não conseguir responder
satisfatoriamente a alguma questão, volte e reveja a matéria. Não
esqueça: os
estudantes que elaboram possíveis perguntas de testes muitas vezes
vão encontrar essas mesmas perguntas no exame real, conseguindo
assim melhores notas.
11. Vá além
do que foi pedido. Se
o professor de Matemática lhe passar cinco problemas, faça mais. Vá
além: elabore outros problemas e o resolva. Se a professora de
História lhe marcar oito páginas para ler, leia mais. Não
esqueça: uma
parte da aprendizagem é o praticar. E quanto mais se pratica, mais
se aprende.
O SEGREDO básico
dos bons alunos não é assim tão secreto. Para quase todos a
contribuição dos pais foi decisiva. Desde a infância, estes os
imbuíram de amor pelo conhecimento. Criaram grandes expectativas em
relação aos seus filhos e os fizeram corresponder a elas.
Encorajaram filhos e filhas nos estudos, mas não fizeram o trabalho
por eles. Em resumo: transmitiram-lhes lições de responsabilidade e
eles corresponderam devidamente.
[Contato:
macolins@gmail.com]
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