segunda-feira, 29 de julho de 2013

Segredos dos bons estudantes


Segredos dos bons estudantes
(Artigo organizado por Marcos Antônio Colins, professor de Matemática da Rede Estadual de Ensino do Maranhão)

Trabalho árduo não é a chave de tudo. Não interessa o tempo que se está diante do livro aberto. O que interessa é o que fazemos enquanto estamos ali sentados. De fato, alguns bons estudantes até acabam por passar menos horas estudando do que os seus colegas que tiram notas mais baixas. Os melhores da turma chegam a essas posições dominando algumas técnicas básicas que os outros podem aprender facilmente. Nem sempre eles são os mais inteligentes, mas são os que se saem melhor. Veja como.

1. Estabeleça prioridades. Os melhores alunos não consentem intrusões durante o tempo de estudo. Uma vez abertos os livros ou ligado o computador, deixam de atender telefonemas, não veem programas de televisão etc. O estudo é levado a sério; o dever passa a frente do prazer.
2. Estude onde quer que seja. (Local e tempo para estudo estão sujeitos às preferências pessoais de cada um.) Alguns alunos estudam até tarde da noite, quando a casa está sossegada. Outros acordam cedo. Outros, ainda, estudam assim que chegam em casa, vindos da escola, quando ainda estão com a matéria “fresca” na cabeça. Contudo, todos estão de acordo com a necessidade de persistir. Não importa o que você faça (ou esteja fazendo), reserve sempre uma parte do dia para estudar.
3. Organize-se. Muitos alunos têm tanto que fazer que não podem perder tempo à procura de um lápis ou de um papel desaparecidos. Tenha tudo no lugar, de maneira a encontrá-lo facilmente. Organize os deveres do próprio dia e também os deveres já prontos, de forma a tê-los sempre à mão para revisões na hora dos exames (ou avaliações).
Mesmo os estudantes que não têm um local de estudos só para si não podem deixar de lado a organização. Uma mochila ou uma gaveta servem para manter no mesmo lugar os materiais essenciais e evitar perder tempo à procura das coisas.
4. Aprenda a ler. O segredo de uma boa leitura é ser um leitor ativo, um leitor que está sempre propondo questões que conduzam a uma compreensão global da mensagem do autor.
5. Programe o seu tempo. Quando um professor passar um trabalho (ou conteúdo) extenso para fazer (ou estudar), divida essa tarefa (ou projeto) em porções pequenas, de forma a não parecer excessivo. (É como comer um bife: mastiga-se um pedaço de cada vez.)
Claro, até os melhores estudantes deixam, às vezes, seus deveres para mais tarde. Mas quando isso acontece, eles encaram a coisa. Lembre-se: se você quiser uma nota alta, você tem de garantir tudo feito dentro do prazo.
6. Anote tudo direitinho e aproveite. É importante ler o livro-texto, mas o professor espera que o aluno atente para os aspectos que ele (o professor) valorizou (ou explorou) mais. É disso que devem constar seus apontamentos. Os melhores alunos também tomam notas enquanto estudam a matéria indicada pelo professor.
7. Passe tudo a limpo. Os deveres bem apresentados têm mais possibilidade de obter uma nota maior do que os desleixados. O aluno que entrega uma prova (ou trabalho) limpa, está se candidatando a uma boa nota. (É como quando nos servem um hamburger: mesmo que ele seja uma maravilha, não acreditamos que vá nos fazer bem se for apresentado num prato sujo.)
8. Manifeste-se. Se não entender algo que o(a) professor(a) estiver explicando, peça para repetir. No entanto, a participação na aula é mais do que simplesmente fazer perguntas. É uma questão de manifestar curiosidade intelectual.
Numa aula sobre capitalismo e socialismo, por exemplo, um aluno pode perguntar ao professor “como é que a economia chinesa podia ser ao mesmo tempo socialista e orientada para o mercado, sem incorrer em alguns dos problemas que afetaram a ex-União Soviética?” Não queira decorar informações só para os testes (ou avaliações). Melhores notas são resultado de uma melhor compreensão.
9. Estude em grupo. O valor do estudo em conjunto foi demonstrado por uma experiência realizada na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Foi observada uma turma de calouros de Cálculo em que os ásio-americanos conseguiram, em média, melhores resultados do que estudantes de outras minorias com antecedentes acadêmicos semelhantes. Descobriu-se que eles discutiam em conjunto os problemas dos trabalhos de casa, tentavam abordagens diferentes e explicavam suas soluções uns aos outros.
Em contrapartida, os restantes alunos estudavam sozinhos, passavam a maior parte do tempo lendo e relendo o texto e tentavam sempre o mesmo enfoque, mesmo que não desse resultado. Com base nisso foi sugerido aos professores que adotassem métodos de estudo em grupo no curso. Quando isso se fez, os grupos passaram a se comportar bem por igual.
10. Ponha-se à prova. Enquanto toma notas, sublinhe aspectos que possam ser abordados durante os exames (ou avaliações). Mais tarde esquematize hipóteses de perguntas de testes baseadas nesses pontos e faça a si próprio um exame escrito antes do dia do teste. Se não conseguir responder satisfatoriamente a alguma questão, volte e reveja a matéria. Não esqueça: os estudantes que elaboram possíveis perguntas de testes muitas vezes vão encontrar essas mesmas perguntas no exame real, conseguindo assim melhores notas.
11. Vá além do que foi pedido. Se o professor de Matemática lhe passar cinco problemas, faça mais. Vá além: elabore outros problemas e o resolva. Se a professora de História lhe marcar oito páginas para ler, leia mais. Não esqueça: uma parte da aprendizagem é o praticar. E quanto mais se pratica, mais se aprende.

O SEGREDO básico dos bons alunos não é assim tão secreto. Para quase todos a contribuição dos pais foi decisiva. Desde a infância, estes os imbuíram de amor pelo conhecimento. Criaram grandes expectativas em relação aos seus filhos e os fizeram corresponder a elas. Encorajaram filhos e filhas nos estudos, mas não fizeram o trabalho por eles. Em resumo: transmitiram-lhes lições de responsabilidade e eles corresponderam devidamente.

[Contato: macolins@gmail.com]

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