Como
resolver um problema
(Artigo
organizado por Marcos Antônio Colins, professor de Matemática da
Rede Estadual de Ensino do Maranhão)
Introdução
A resolução de
problemas não se restringe apenas ou simplesmente a resolver este ou
aquele problema, mas essencialmente compreender as motivações e
procedimentos da resolução.
Um dos mais
importantes deveres do professor é o de auxiliar os seus alunos, o
que não é fácil, pois exige tempo, prática, dedicação e
princípios firmes.
O
estudante deve adquirir tanta experiência pelo trabalho independente
quanto lhe for possível. Mas se ele for deixado sozinho, sem ajuda
ou com auxílio insuficiente, é possível que não experimente
qualquer progresso. Se o professor ajudar demais, nada restará para
o aluno fazer. O professor deve auxiliar, nem demais nem de menos,
mas de tal modo que ao estudante caiba uma parcela
razoável do trabalho.
O melhor é,
porém, ajudar o estudante com naturalidade. O professor deve
colocar-se no lugar do aluno, perceber o ponto de vista deste,
procurar compreender o que se passa em sua cabeça e fazer uma
pergunta ou indicar um passo que poderia ter ocorrido ao próprio
estudante.
Passos para a
resolução de um problema
- Compreensão do problema: é preciso compreender o problema.
Qual
é a incógnita? Quais são os dados? Qual é a condicionante?
É possível satisfazê-la? Ela é suficiente para determinar a
incógnita? Ou é insuficiente? Ou redundante? Ou contraditória?
Trace uma figura.
Adote uma notação adequada.
Separe as
diversas partes da condicionante. É possível anotá-las?
- Estabelecimento de um plano: Encontre a conexão entre os dados e a incógnita. É possível que seja obrigado a considerar problemas auxiliares se não puder encontrar uma conexão imediata. É preciso chegar afinal a um plano para a resolução.
Já o viu antes?
Ou já viu o mesmo problema apresentado sob uma forma ligeiramente
diferente?
Conhece
um problema correlato?
Conhece um problema que lhe poderia ser útil?
Considere
a incógnita!
E procure pensar num problema conhecido que tenha a mesma incógnita
ou outra semelhante.
Eis
um problema correlato e já antes resolvido.
É possível utilizá-lo?
É possível utilizar o seu resultado? É possível utilizar o seu
método? Deve-se introduzir algum elemento auxiliar para tornar
possível a sua utilização?
É possível
reformular o problema? É possível reformulá-lo ainda de outra
maneira? Volte às definições.
Se não puder
resolver o problema proposto, procure antes resolver algum problema
correlato. É possível imaginar um problema correlato mais
acessível? Um problema mais genérico? Um problema mais específico?
Um problema análogo? É possível resolver uma parte do problema?
Mantenha apenas uma parte da condicionante, deixe a outra de lado;
até que ponto fica assim determinada a incógnita? Como pode ela
variar? É possível obter dos dados alguma coisa de útil? É
possível pensar em outros dados apropriados para determinar a
incógnita? É possível variar a incógnita, ou os dados, ou todos
eles, se necessário, de tal maneira que fiquem mais próximos entre
si?
Utilizou todos os
dados? Utilizou toda a condicionante? Levou em conta todas as noções
essenciais implicadas no problema?
- Execução do plano: execute o seu plano.
Ao
executar o seu plano de resolução, verifique
cada passo.
É possível verificar claramente que o passo está correto? É
possível demonstrar que ele está correto?
- Retrospecto: examine a solução obtida.
É
possível verificar
o resultado?
É possível verificar o argumento?
É possível
chegar ao resultado por um caminho diferente? É possível perceber
isto num relance?
É possível
utilizar o resultado, ou o método, em algum outro problema?
[Contato:
macolins@gmail.com]
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