Inovação,
criatividade e sucesso
(Como
a inovação acontece em nosso cérebro?)
(Artigo
organizado por Marcos Antônio Colins, professor de Matemática da
Rede Estadual de Ensino do Maranhão)
Como as empresas
inovam? Veja a Google Inc., amplamente admirada como grande
inovadora. A empresa oferece brinquedos no lobby, cadeiras para
relaxar, salas de jogos e tempo livre para os funcionários
trabalharem em suas próprias ideias. Não é isso que outras
empresas deveriam fazer?
A resposta é
NÃO. Esses métodos da Google são derivados de uma teoria inexata
de criatividade: que as pessoas precisam desativar seu cérebro
esquerdo analítico e ativar seu cérebro direito criativo para
produzir novas ideias...
Na última
década, neurocientistas já percorreram um longo caminho para
descobrir como as ideias se formam na mente humana. Suas descobertas
contradizem a forma como a maioria das empresas entende e desenvolve
a inovação. Mas poucos executivos sabem disso. Eles continuam
aplicando sua sabedoria convencional, sem saber que a ciência
evoluiu e que os conceitos que usam são ultrapassados.
Para entender o
novo modelo do cérebro, e sua importância para a inovação
empresarial, devemos voltar para 1981, quando Roger Sperry ganhou o
Prêmio Nobel por seu trabalho sobre os dois lados do cérebro.
Segundo Sperry, o
lado direito era criativo, artístico e intuitivo e o lado esquerdo
considerado analítico, lógico e racional. Este modelo inconsistente
se espalhou rapidamente por todo o mundo dos negócios, pois pareceu
explicar por que algumas pessoas vinham com novas ideias facilmente e
outros lutavam muito para conseguir alguma inovação... A aplicação
mais generalizada do modelo de Sperry foi o brainstorming.
Pessoas começaram
a agendar reuniões onde todo mundo deveria desligar seu cérebro
esquerdo e ativar o seu cérebro direito e então deixar as ideias
criativas fluírem.
Agora vamos
voltar para a visão mais precisa de criatividade, com suas raízes
na ciência moderna. O ano base para essa compreensão é 1998,
quando Brenda Milner, Larry Squire e Eric Kandel publicaram um artigo
inovador na revista Neuron, “Neurociência cognitiva e o estudo da
memória”. Kandel ganhou o Prêmio Nobel, dois anos mais tarde pela
sua contribuição para este trabalho. Desde então, neurocientistas
deixaram de aceitar a teoria do cérebro de dois lados de Sperry. O
novo modelo do cérebro é o da “memória inteligente”, no qual
análise e intuição trabalham juntos na mente em todos os modos de
pensamento. Não há nenhum cérebro esquerdo e não há nenhum
direito. Há apenas a aprendizagem e a recordação, em várias
combinações, em todo o cérebro.
O que o autor
afirma é que a “memória inteligente” é o maior arquivo
existente no mundo, dentro da cabeça de uma pessoa. Desde que você
nasce, o cérebro arquiva todo o seu conhecimento e informações.
Quando uma nova informação chega, o cérebro recupera nesse arquivo
tudo o que existe de correlato à nova ideia e faz uma combinação a
que chamamos de “intuição”. Quando a nova ideia combinada com o
que já existe cria um novo padrão, temos o famoso “Aha!” ou a
inovação ou criação. Assim, quanto mais você estudar, ler,
experimentar, mais informações terá em seu cérebro e maior a
chance de ser inovador. Essa é a grande novidade!
Portanto, a busca
de informação é essencial para a criatividade. Quanto mais você
participar, se envolver, estudar, ler, conhecer sobre o seu negócio
ou profissão, maior a chance de ser inovador e criativo. Criativo e
inovador não é aquele que fica parado, ocioso, esperando uma ideia
brilhante acontecer e sim aquele que participa, estuda e se
compromete totalmente com aquilo que faz.
[Contato:
macolins@gmail.com]
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